domingo, 15 de agosto de 2010

o observador na baia...


O episódio acontece numa bela tarde de Agosto, com céu limpo, calor e uma praia espectacular em frente. No paredão, onde se juntam os artefactos dos pescadores, tudo está calmo. Alguns miúdos aproveitam para fazer mergulhos exibindo-se para as namoradas e os pescadores acabam de arrumar as suas redes.

Uma gaivota repousa sobre um poste. Provavelmente cansada de uma manhã cansativa e talvez compensadora. Ela descansa ao sabor do vento que lhe agita as penas, ela descansa enquanto espera um motivo válido para se fazer ao voo. No entanto, a gaivota parece mais preocupada com a sua aparência.

Tento imaginar o que irá na cabeça de uma ave, será que elas pensam da mesma maneira que nós? Será que se ouvem a elas próprias? Chego à conclusão de as aves são muito complexas e continuo apenas a observá-la.

Olho para o mar e vejo-o calmo, recheado de segredos, e os botes e lanchas por ali paradas abanam ao sabor da fraca ondulação que se faz sentir. Os miúdos dos mergulhos foram embora, a gaivota ainda fica a fazer-me companhia e eu aproveito para capturá-la mais uma vez com a minha objectiva. Parece sentir-se confortável comigo por perto.

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